Ao Redor - Cultura e Arte
Miudezas
Ínfimos detalhes esses que me
[achegam
Como a estrela de oito pontas
[no pátio
Apagada por nossos pés apressados
Em suas grades enferrujadas de tédio
A sua volta, coloridas representações
[evidentes
Gritantes aos olhos que,
mesmo cansados e ardentes,
garantem algum tipo de
[contemplação emprestada
O amor se repete nas paredes
feito um mantra isolado, distante:
Por acaso, alguém notou?
Dificilmente sentiu!
A natureza se estreita nos cantos
Uma ou duas borboletas passeiam
[avulsas
É duro sentar neste banco de azul
[forte,
mas precisando de uma segunda
[mão
Arde em mim esse desejo
De tocar nas coisas e percebê-las em
[suas miudezas
Meus olhos míopes esperam novas
[lentes
E agora, aqui, percebo claramente
o meu descuido ao apontar o lápis
Enquanto a unha do meu indicador
[tende a encravar
Ínfimos detalhes de dores que trago
[em mim
e ninguém vai perceber...
Tão isolados quanto a estrela
[apagada,
enferrujada – no meio do pátio da
[minha vida.
Autoria de: Juvenal Arruda
Poesia selecionada pelo sarau e concurso literário Poesia Ao Redor, promovido por este blog com o objetivo de dar visibilidade a novos autores da nossa literatura.
Sobre o Autor

Juvenal Arruda é um jovem poeta, libriano, da cidade de Sobral, CE, graduado em pedagogia e apaixonado pela literatura desde muito cedo. Seu livro mais recente intitulado "Escutei dentro de mim" foi publicado pela Editora Autografia.
Acompanhe o autor no Instagram.
TUMBLR: Escutei Dentro de Mim.
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