Hoje, a certa altura do dia,
Colhi um livro ao acaso.
Mal comecei a mastigá-lo,
Meu corpo já se nutria.
(Tinha gosto de poesia,
Mas posso estar enganado).
Curiosamente,
A fome nunca se extinguia.
Pude ler a minha sorte
A cada linha que brotava,
A cada página que em flor se abria.
Entendi que um livro vale tanto
Que deve estar em todo canto,
Crescendo como erva daninha,
Fazendo o que você não quer,
Traduzindo o seu maldito canto
Nesses versos sem lirismo:
“Livro os ricos,
Dos pobres me livro”
Mas como brota vida em cada fenda,
Em cada esquina plantaremos poetas
E logo haverá fontes, cascatas,
[veredas
Repletas daquilo que te envenena.
Autoria de Vitor Motta
Esta poesia reage à taxação de livros proposta pelo governo que prevê o fim da isenção de contribuição para os livros. Muitas manifestações em defesa dos livros surgiram após o anuncio da proposta da taxação dos livros em reforma tributária.
Sobre o Autor
Escritor, professor de Língua Portuguesa, redação e Literatura, mestrando em formação do leitor literário, apaixonado pelo mundo, apesar das desavenças que tem com ele! Escrevo para divertir, denunciar, indignar, emocionar.
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