A poesia de hoje pertence à antologia do escritor, poeta e filósofo português Antero de Quental. O poeta foi um representante dos valores da chamada "Geração 70", dos anos de 1870 em Portugal, grupo que pretendia inovar a mentalidade portuguesa e romper com valores ligados ao romantismo. Antero de Quental foi também um disseminador das ideias socialistas em Portugal, leitor e admirador do pensamento do Francês Proudhon e do filósofo alemão Hegel.
ODE XV
Há dois templos no espaço - um
[d’eles mais pequeno;
O outro, que é maior, está por cima
[d’este;
Tem por cúpula o céu, e tem por
[candelabros
A lua ao ocidente e o sol suspenso ao
[este.
De sorte que quem ‘stá no templo
[mais exíguo
Não pode ver nascer o sol, nem pode
[ver
As estrelas no céu - que os tetos e as
[colunas
Não o deixam olhar nem a cabeça
[erguer.
É preciso abalar-lhe os tetos e as
[colunas
Por que se possa erguer a fronte até
[os céus...
É preciso partir a Igreja em mil
[pedaços
Por que se possa ver em cheio a luz
[de Deus!
Antero de Quental, 1864
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