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Pacto de Roerich: Um Marco na Proteção Cultural Internacional

A cultura de uma nação se destaca como uma âncora essencial da identidade e da memória coletiva. Somando artes, história, conhecimentos e interpretações, a cultura de um povo serve de ponte entre o passado e o presente. Os indivíduos constroem uma compreensão compartilhada de sua história, valores e narrativas, conectando-se às gerações passadas e contribuindo para a continuidade e coesão social.


Nicholas Roerich

Foi com essa visão da cultura como uma base essencial da civilização que o artista russo Nicholas Roerich foi impelido a propor o Pacto de Roerich. Alarmado com a destruição dos patrimônios culturais durante a Primeira Guerra Mundial e conflitos posteriores, Roerich sonhou com um tratado internacional que protegesse esses tesouros inestimáveis para as futuras gerações.


A ideia do Pacto de Roerich surgiu das experiências pessoais e convicções de Roerich, um proeminente artista, filósofo e humanista. Profundamente tocado pela destruição irreversível de bens culturais em tempos de guerra, ele iniciou um movimento dedicado à salvaguarda desses patrimônios, culminando na formulação do pacto.


Durante a década de 1920, Roerich propôs a "Bandeira da Paz", que seria usada para marcar e proteger monumentos culturais, instituições educativas e artísticas, tanto em tempos de guerra quanto de paz. Esta bandeira, composta por três círculos vermelhos simbolizando a trindade da arte, ciência e religião dentro de um círculo maior, viria a ser um símbolo universal de neutralidade, à semelhança da Cruz Vermelha.


A proposta de Roerich ganhou tração internacional em 1931, recebendo o apoio de figuras públicas, acadêmicos e líderes políticos. O Pacto de Roerich foi formalizado e promovido como um tratado pioneiro ao reconhecer que a proteção dos tesouros culturais deveria ser garantida, independentemente do status de guerra, representando um esforço para ultrapassar as políticas de alianças militares com foco em um bem comum da humanidade.


O pacto foi oficialmente assinado em 15 de abril de 1935 na Casa Branca, em Washington, D.C., durante a administração do presidente Franklin D. Roosevelt. Representantes de diversos países das Américas endossaram o tratado, refletindo um consenso pan-americano sobre a importância de proteger a herança cultural. O evento não só marcou a assinatura do tratado, mas também reafirmou o compromisso dos estados membros em adotar medidas legislativas internas necessárias para assegurar essa proteção.


O respeito pela cultura e pelo patrimônio de outras nações é essencial para a construção e manutenção da paz. Num mundo cada vez mais interligado, onde conflitos frequentemente surgem, a proteção dos tesouros culturais pode atuar como uma forma de diplomacia e um ponto de partida para o diálogo. O Pacto de Roerich reconhece essa realidade, destacando que a verdadeira paz global só pode ser alcançada através da cooperação e do respeito mútuo entre todas as nações.


O Pacto de Roerich transcende sua natureza de documento legal, servindo como um poderoso lembrete da responsabilidade coletiva de salvaguardar o patrimônio cultural da humanidade. Em tempos de divisões e conflitos intensos, iniciativas como esta devem ser lembradas pois evidenciam que, ao valorizarmos e protegermos a cultura, estamos não só preservando as maravilhas de eras passadas, mas também estabelecendo alicerces para um futuro mais harmônico e unificado.


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