Na semana em que se comemora o dia da mulher, o Ao Redor relembra as histórias de três grandes artistas mulheres, exemplos da força feminina na arte e na vida.
Carolina Maria de Jesus (1914 - 1977)
Nascida em Minas Gerais, em uma família pobre, com pais analfabetos e uma infância cheia de dificuldades, aprendeu a ler rapidamente no tempo em que pôde frequentar a escola. Apaixonada pelos livros desde muito cedo, Carolina Maria de Jesus cresceu lendo e escrevendo diários e poesias. Em São Paulo, tornou-se catadora de lixo e morou na favela do Canindé. Foi descoberta por um jornalista que encantou-se por seus manuscritos e a ajudou a publicá-los. "Quarto de despejo: diário de uma favelada", seu primeiro livro publicado, em 1960, reunia aproximadamente vinte de seus diários, retratando com palavras simples e de forma sincera o cotidiano de uma mulher negra na favela. O livro foi sucesso de vendas no Brasil e já foi traduzido para diversos idiomas. Além de escritora, foi cantora, artista de circo e compositora.
"Poeta, em que medita?
Por que vives triste assim?
É que eu a acho bonita
E você não gosta de mim.
Poeta, tua alma é nobre
És triste, o que o desgosta?
Amo-a. Mas sou tão pobre
E dos pobres ninguém gosta."
(Carolina Maria de Jesus)
Frida Kahlo (1907-1954)
Importante pintora mexicana que marcou a história da arte com uma obra singular. Sua pintura é marcada por cores fortes e traços acentuados. Desde cedo interessava-se pela arte, especialmente pela fotografia, estimulada por seu pai e seu avô, ambos fotógrafos. Sua vida foi marcada por tragédias e superações. A artista teve poliomielite aos seis anos que deixou sequelas. Aos 18, sofreu um acidente de trânsito grave com consequências e dores que a acompanharam para o resto da vida. Sua vida amorosa também foi bastante conturbada. Além de uma artista ímpar, Frida tornou-se símbolo de superação e também da luta feminina, dona de um espírito livre e revolucionário, sempre militando a favor dos direitos das mulheres e por uma sociedade mais justa.
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Maria Anna Mozart (1751 -1829)
Apelidada de Nannerl, musicista talentosíssima, Maria Anna Mozart foi exemplo e inspiração para seu irmão mais novo, Wolfgang Amadeus, cinco anos mais novo do que ela. Começou a estudar música com o pai aos sete anos e aos doze já tocava piano de forma impressionante para sua idade interpretando obras complexas. Durante a infância, Maria Anna e Wolfgang Amadeus se apresentaram muitas vezes juntos com sucesso. No entanto, sua família a impediu de continuar subindo nos palcos depois de adulta, já que isso não era aceitável para uma mulher. Maria Anna deveria seguir o destino reservado às mulheres da época de se tornar esposa e mãe. Seu irmão, sabemos bem, continuou seu caminho. Ela, afastada dos palcos, no entanto, nunca abandonou sua paixão pela música e continuava tocando e compondo, mesmo dentro de casa e muitas vezes escondida. Mais velha, pode aproximar-se novamente da música tornando-se professora. Seu irmão a admirava e compôs várias peças em sua homenagem.
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Fico feliz que vem aumentando a visibilidade da obra de Carolina de Jesus.